segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Rifa-se um coração quase novo. Um coração à moda antiga. Um coração moleque que insiste em pregar peças no seu usuário. Rifa-se um coração que na realidade está um pouco usado, meio calejado, muito machucado e que teima em alimentar sonhos e cultivar ilusões. Um pouco inconseqüente que nunca desiste de acreditar nas pessoas. Um idealista, um verdadeiro sonhador.
Rifa-se um coração que nunca aprende. Que não endurece, e mantém sempre viva a esperança de ser feliz. Um coração insensato que comanda o racional sendo louco o suficiente para se apaixonar. Um furioso suicida que vive procurando relações e emoções verdadeiras. Rifa-se um coração que insiste em cometer sempre os mesmos erros. Esse coração que erra, briga, se expõe. Este coração tantas vezes incompreendido. Tantas vezes provocado. Tantas vezes impulsivo. Rifa-se um coração cego, surdo e mudo, mas que incomoda um bocado. Um simples coração humano. Um impulsivo membro de comportamento até meio ultrapassado. Um modelo cheio de defeitos que, mesmo estando fora do mercado, faz questão de não se modernizar, mas vez por outra, constrange o corpo que o domina. Um velho coração que convence seu usuário a publicar seus segredos e a ter a petulância de se aventurar como poeta.




. Se houvesse felizes para sempre mesmo, não existiria divórcio,  não sentiríamos amor por outras pessoas como se fosse a mais intensa das sensações, não nos apaixonaríamos constantemente por varias pessoas, ou por a mesma pessoa, como se fosse a primeira vez.

    Juventude

Porque será que somos a fase rebelde de todo ser humano? Não só por nossos hormônios, mas por perceber que estamos crescendo e temos de aproveitar os últimos anos antes de nos tornar responsáveis, caretas. Antes de encarar a rotina do trabalho e ler revistas chatas, só pra ter assunto para conversar com os outros adultos. Por isso somos tão entregues a arte, a moda, a musica, coisas que só podemos radicalizar nessa fase, pois se o fizermos depois que crescermos, é bem capaz de sermos acusados por distúrbio e acabarmos internados em algum centro psicológico.  Somos verdadeiros sem noção. Usamos roupas coloridas, colocamos piercings, freqüentamos shows de rock, fazemos careta para as câmeras, falamos palavrão, cabulamos aula, somos iguais e diferentes de nós mesmos, alguns de nós são idiotas e influenciáveis, outros são mais originais e preferem perder tempo buscando sua felicidade ao invés de copiar os outros. Somos a fase em que não precisamos nos preocupar com muita coisa e nem somos tão inocentes como crianças. Viramos brinquedos de nós mesmos. É a fase em que mesmo se pularmos da ponte e quase morrer, no futuro chegaremos a conclusão de que tudo valeu a pena.